Tenho o privilégio de ter amigas das boas, daquelas que a gente conta segredos, dá risada, chora, se apoia.
Algumas delas me deram a honra de ter seus filhos por afilhados. Larissa e Pamela são dessas. Maria Alice, da Larissa, e Lua Maria, da Pamela, são minhas afilhadas.
Nós três, Lari, Pam e eu, temos juntas nosso “ritual do quintal”: a gente se junta no quintal da minha casa de vez em quando, às vezes ao vivo, às vezes por vídeo chamada, normalmente sem as crianças, para ter nosso momento terapêutico entre comadres. Normalmente é puro entretenimento, mas com um poder mágico de nos fazer sentir melhor, recarregadas. Mas nem sempre é “só” isso.
Pam está num momento difícil. Dona Maria, avó dela, internada em um estado nada tranquilizador. E aí nossa mágica também acontece. A gente se mobiliza, se junta e cada uma faz um pouco.
Ontem mesmo, minhas filhas estavam na Dora, minha sogra (que já teve coronavírus, então optamos – depois de 2 meses de isolamento total – deixar que as meninas estejam na casa da vó de vez em quando). Lari veio para cá papear. A gente sentou no quintal, não se abraçou, não se aproximou, mas mesmo assim é sempre bom e necessário estarmos juntas, para manutenção da nossa sanidade, mesmo.
Pamela me ligou aflita porque precisava ir para o hospital ver a avó e não podia levar a Lua. Claro que eu aceitei ficar com ela. Lari e eu nos revezamos em dar atenção, Eduardo se juntou a nós nos cuidados, mas logo menos ele teria que buscar nossas filhas.
Mas aí entra mais apoio. Compadre Diego, que é o companheiro da Lari, buscou as meninas na minha sogra para nós enquanto eu dava banho na Lua e o Du terminava um trabalho. A Lari ajudou a vestir a roupa da Lua (que, claro, estava pulando na cama da madrinha toda empolgada) e foi embora.
Pamela chegou de fininho, porque precisava conversar. Fugi pro quintal para acolhê-la enquanto o Eduardo distraiu as meninas (que agora eram três), deu banho na Mirela, pôs a Melissa pra tomar banho também e preparou um lanche / jantar para a galera toda.
Acolhida e alimentada, minha comadre Pam foi para casa com a Lua. E eu fiquei aqui com o coração cheio de amor. Que bom que nossa egrégora existe. Como é bom ter com quem contar e ser uma daquelas com quem minhas comadres contam.
Gostaria que nenhuma mulher precisasse assumir tudo sozinha. Que todas nós pudéssemos ter e ser apoio sempre que necessário. Onde uma de nós precisar, que a outra, podendo, não se omita.
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