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Aline Paranhos

SOU CONTRA cultuar deidades na Magia Natural


Pois é! Já sei que nem todo mundo vai gostar do texto, mas este é o meu posicionamento.


Ele não vem para ferir ninguém. Vem para trazer um alerta embasado em anos de leituras, estudos, vivências, experiências, partilhas com outras mulheres e sobretudo da necessidade patente de se falar sobre isso em tempos de velocidade e superficialidade de informações.


Eu tenho alertado muito lá no meu Instagram sobre a banalização da bruxaria, mas ainda mais sério do que a banalização da bruxaria em si é a banalização dos cultos às deidades dentro de celebrações ligadas à bruxaria e ao Sagrado Feminino.


Enquanto mentora de novas bruxas eu assumo cada vez mais a responsabilidade de, dentro do que me cabe, alertar as novas praticantes sobre riscos associados ao uso indiscriminado da magia. E neste momento, para mim, o principal risco é o culto às deidades.


Vamos refletir juntas: BRUXARIA não é religião (embora exista religião dentro da bruxaria). Tudo o que é MITOLOGIA para nós hoje, foi ou continua sendo a religião de alguém. Religiões tem dogmas e formas específicas de cultuar suas deidades. Assim, tem uma legião de pessoas envolvidas nesses dogmas que fazem seus ritos de uma determinada maneira, reforçando esta egrégora.


Por outro lado, estamos num mundo permeado por diversas energias favoráveis e desfavoráveis, várias delas soltas, buscando encontrar ressonância.


Aí imagina que você está fazendo um ritual para uma determinada deidade, sem orientação, sem familiaridade, sem conhecer os tais dogmas validados através dos tempos pelos reais praticantes da religião que adorava essa deidade. Digamos que seu ritual acabe ficando uma coisa meio sem "lé com cré".


Primeiro: não se colhe abóbora plantando semente de laranja, certo? Segundo: essas energias soltas podem encontrar ressonância no que você está fazendo e se aproximar de você e do seu ritual. Pronto! Você terá atraído energias densas para perto de você.


Tem muita informação sobre rituais para deusa X, celebração ao deus Y, sacerdotisas de deusas se "formando" em imersões de final de semana e sei que com isso várias pessoas entendem que está tudo bem em fazer alguns ritos, oferendas, acreditar estar recebendo mensagens das deusas e deuses etc.


Isso não é brincadeira. Há consequências energéticas, psicológicas, emocionais e sociais, inclusive, porque normalmente essas crenças vem acompanhadas de mudanças de comportamento. Sim, vi acontecer recentemente.


Eu não estou dizendo com tudo isso que a gente não possa ter afinidade com as correspondências das deidades. Eu mesma sempre falo dos arquétipos das deusas (vale dizer que eu, muito particularmente, só acredito nas deusas e deuses como mitologia e correspondências arquetípicas).


Eu gosto de pedir a iniciativa de Ártemis, a sedução de Afrodite, o poder de acolhimento de Héstia, a sabedoria de Hécate etc. Já fiz e faço perfumes botânicos e poções dedicados aos arquétipos de algumas deusas com todo meu amor.


Porém, não faço e não recomendo ninguém a se meter a celebrar ritual à deidade alguma! A menos que você tenha total familiaridade com algum rito, por amor, não faça!


Tem um Q de ego envolvido em dizer que se trabalha com o energia de tal deusa. Traz um certo resgate de poder pessoal, eu sei. A gente carece relembrar das deusas, relembrar que o Sagrado é também Feminino, mas isso não nos autoriza a manipular forças que desconhecemos.


E não é só isso: se for convidada a participar de alguma celebração assim, informe-se antes: quem são as facilitadoras? Qual a história delas com a deidade em questão? Elas sabem o que estão fazendo?


Questione. Proteja-se.


Assinado:


Aline, a moça do Sagrado Feminino que não cultua deusas (nem deuses).

É isso!

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